A marca lançada esta segunda-feira na Pampilhosa da Serra, junta os diversos players do sector num consórcio, já com duas dezenas de projetos em curso, para colocar Portugal como centro da excelência sustentável do mercado global.
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O sector da resina está a desenvolver 20 novos produtos em Portugal e foi buscar ao latim, a expressão que dá nome à nova marca lançada agora, a “Resinae”, para valorizar o que o Cluster do pinheiro mediterrânico produz anualmente de forma a torna-la referência no mercado global.
Nesta segunda-feira, reunidos na Pampilhosa da Serra, especialistas, empresários, produtores e representantes institucionais partilharam perspetivas sobre os desafios e as oportunidades, num sector que já representa investimentos na ordem dos 26,5 milhões de euros.
A partir do CoLAB ForestWISE®, foi criado um consórcio que reúne toda a cadeia de valor do setor em Portugal, que se designa RN21 e conta já com 37 parceiros e 38 linhas de investigação para desenvolver projetos mais sustentáveis e inovadores com aplicação na economia real.
O objetivo é valorizar a resina como projeto integrado e recurso renovável, derivado dos pinhais, predominantemente localizados nas regiões do centro e norte do país, uma vez que os seus promotores a consideram matéria-prima de origem “bio” com potencial de substituir as resinas de origem fóssil nas mais diversas indústrias, desde o agroalimentares, ao têxtil, ou calçado. O objetivo é criar um selo de qualidade que implique o recurso à incorporação de, pelo menos, 10%, deste tipo de matéria-prima em qualquer fase do ciclo dedesenvolvimento do produto.
Para além disso, procura modernizar e tornar mais eficiente e sustentável toda a cadeia de valor, otimizando os processos de extração, produção e comercialização, assegurando a transição ecológica e digital do setor, promovendo a colaboração e integração entre diferentes atores, de forma a impulsionar a inovação, a partilha de conhecimento e a criação de um ambiente propício ao crescimento e fortalecimento da atividade no país que no passado representava mais de 145 mil toneladas de produção de resina por ano e hoje não passa das 6 mil toneladas produzidas por ano.
O consórcio apoia empresas do setor na diversificação dos seus produtos derivados para produtos de base biológica com maior valor acrescentado e na modernização de processos produtivos de forma a incorporar novas tecnologias e a adoção dos princípios de Economia Circular.
Também pretende contribuir para a neutralidade carbónica e para uma floresta portuguesa mais produtiva e resiliente, através de melhoramento genético e de melhorias de técnicas da resinagem, com o objetivo de aumentar a produção e valorização da seiva proveniente das florestas portuguesas.
Quer ainda contribuir para a coesão territorial, especialmente nas regiões do país, onde se concentram as principais áreas de pinhal resinadas e a maioria das empresas do setor e fortalecer a ciência e tecnologia, através de atividades de Investigação, Desenvolvimento & Inovação nas empresas, em parceria com instituições de ensino superior e entidades do território e já com parceiros em Espanha, espera em breve poder expandir o projeto para o país vizinho e começar a conquistar negócios noutros países da Europa.
