"Decisão muito bem delimitada." A um mês de acabar o mandato, Mário Centeno diz que "não está preocupado"
Por outro lado, o Governador do BdP revela que espera estabilidade política, apesar de as eleições de domingo não terem resultado numa maioria parlamentar
Corpo do artigo
Mário Centeno não está preocupado com a sua recondução (ou não) como Governador do Banco de Portugal (BdP), cujo mandato termina daqui a um mês.
“A decisão está institucionalmente muito bem delimitada. É muito claro, todo o processo tem decorrido no passado com toda a estabilidade e eu não prevejo que aconteça algo diferente neste caso e isso não é uma preocupação do Banco de Portugal, nem minha”, confessa Mário Centeno.
Por outro lado, o Governador do BdP revela que espera estabilidade política, apesar de as eleições de domingo não terem resultado numa maioria parlamentar.
Para Mário Centeno, “a estabilidade política é um ativo precioso nos tempos que correm. Não há nada pior para aquilo que é a condução das nossas vidas no dia a dia do que enquadramentos políticos que tomam umas decisões num dia e depois voltam para trás”.
O Governador do BdP dá o exemplo negativo da administração Trump. “Aquilo que temos observado no nosso vizinho aqui do outro lado do Oceano Atlântico é um elencar de como não conduzir políticas económicas”.
Assim, “a política que nos interessa, que é a parte económica dessa política, deve, no caso português, manter um quadro muito claro de previsibilidade, de credibilidade e de estabilidade que tanto nos custou conseguir”, admite.
Mário Centeno respondia aos jornalistas na sequência da apresentação do Relatório do Conselho de Administração de 2024, um ano em que o Banco de Portugal teve de recorrer ao “pé de meia” para evitar prejuízos.
O resultado antes de provisões e impostos de 2024 foi negativo em 1142 milhões de euros. Já em 2023 o resultado tinha sido negativo e a culpa é dos títulos comprados ao BCE, no âmbito dos programas de política monetária.