Crescimento económico e Natal trouxeram mais campanhas publicitárias iguais àquelas que levaram muitas famílias ao sobre-endividamento durante a crise.
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A associação de consumidores Deco alerta para o regresso das ofertas "agressivas" de crédito, sobretudo nesta época antes do Natal, num cenário semelhante ao que acontecia antes da crise financeira e que levou ao endividamento de muitas famílias.
A coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da Deco adianta à TSF que têm recebido "várias denúncias de consumidores confrontados nos últimos tempos com muitos e-mails a proporem crédito pré-aprovado, uma prática comum antes de 2007-2008 e que já na altura era muito contestada por nós pois é um incentivo ao endividamento pouco responsável dos consumidores".
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Natália Nunes diz que só o princípio de enviar uma proposta pré-aprovada de crédito sem qualquer pedido do consumidor, independentemente dos valores em causa, é errado e mostra que voltaram as campanhas "agressivas" de crédito pelos bancos.
A Deco admite que esta prática ou este tipo de publicidade não é proibida, mas defende que é censurável e que há várias instituições de crédito a segui-la, de novo, potenciando o endividamento excessivo das famílias, numa prática que foi censurada pelo regulador bancário.
Em época de juros baratos e nova liquidez na banca, Natália Nunes defened que os créditos pré-aprovados não são o único problema na publicidade atual aos créditos, dando o exemplo dos pedidos de informação que têm recebido de consumidores sobre campanhas relacionadas com cartões de crédito anunciados com juros muito baixos, num conjunto de práticas publicitárias "que se intensificaram desde o outubro com o aproximar do Natal, além da promoção em força de créditos automóveis e créditos à habitação".
A Caixa Geral de Depósitos é uma das últimas instituições a enviar um e-mail com um crédito pré-aprovado a alguns clientes que não o pediram.
Também neste caso Natália Nunes admite que o princípio está errado pois promove o endividamento de alguém que nunca o pediu, mas sublinha que ao menos a CGD apresenta logo a ficha de informação normalizada e o plano de pagamentos, algo que não viu noutros e-mails enviados por outras instituições de crédito.