A Associação de Defesa do Consumidor teme que uma subida das taxas de juro, a decisão mais provável da reunião de hoje do BCE, provoque um aumento do crédito malparado.
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Os analistas prevêem que a actua taxa de um por cento possa subir para 1,25, mas não está excluída a hipótese de um aumento maior.
Um cenário que pode agravar ainda mais os números do crédito malparado nos empréstimos para a compra de casa.
Números que estão já bem acima dos de 2010. Segundo o Banco de Portugal (BdP) praticamente dois mil milhões de euros em Janeiro deste ano e mais 4,6 por cento, 88 milhões de euros, que em igual período do ano passado.
O crédito de cobrança duvidosa na habitação é, no entanto, apenas uma pequena parte, não chega a dois por cento, do total de empréstimos nesta área. Mesmo assim é o equivalente à construção de duas pontes Vasco da Gama.
A DECO teme, por isso, que o incumprimento das famílias portuguesas aumente com o anunciado aumento das taxas de juro.
A responsável do Gabinete de Apoio ao sobre endividado da Associação de Consumidores, Natália Nunes, admitiu que os juros já estiveram muito mais altos em 2008 mas hoje os portugueses enfrentam outras dificuldades.
À DECO chegam cada vez mais casos de famílias que não pagam a prestação da casa.
Uma subida de 0,25 opr cento na Euribor a seis meses deve aumentar entre 12 e 20 euros a prestação mensal do crédito à habitação de quem pediu 100 a 150 mil euros ao banco durante 30 anos.