No Dia Mundial da Poupança a Deco esteve na manhã da TSF a dar conselhos sobre a melhor forma de gerir o dinheiro que deveria sobrar no fim do mês.
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Um dos conselhos deixados por António Ribeiro, economista da Deco Proteste Investe, entrevistado por Fernando Alves, na Manhã da TSF, é que "devemos sempre desconfiar do gestor de conta porque ele é um funcionário da instituição bancária".
Por outro lado, "há uma oferta de produtos, como a dívida pública do Estado, que não está à venda nos bancos" e que deveria ser atrativa para os investidores. Mas no caso da dívida pública há um senão: "os Certificados de Aforro Poupança Crescente, com maturidades de 7 anos, que o governo laçou a semana passada têm uma taxa garantida de 1% o que transforma este produto num instrumento de poupança ao mesmo nível da banca comercial". Para António Ribeiro "o Estado deveria dar sinais para orientar as pessoas para a poupança, mas os sinais do Estado não vão nesse sentido".
A Deco considera positivo o alargamento às lojas do cidadão dos pontos de venda dos Certificados de Aforro.
Outro conselho da organização de defesa do consumidor tem a ver com a "criação de um fundo de emergência no valor de cinco a seis salários mínimos para fazer face a imprevistos". Um conselho difícil de alcançar porque os portugueses perderam a "cultura do pé-de-meia", afirma António Ribeiro.
"O que está a acontecer é que o rendimento disponível das famílias aumentou mas não se está a verificar um aumento da taxa de poupança. Em menos de uma década a taxa de poupança passou de 11% para 4,3%, estamos em mínimos históricos, significa que as pessoas estão a canalizar o rendimento que têm disponível para o consumo, adianta o economista da Deco.
Para António Ribeiro "a questão da poupança é extremamente importante até porque deveríamos ter aprendido a lição com a crise recente". Ele dá o exemplo de um banco que aconselhou o cliente a investir em moedas de ouro. Este "comportamento dos bancos é preocupante e só resulta da falta de vigilância ativa" por parte do supervisor bancário. Neste sentido, os "erros de há pouco tempo poderão repetir-se no futuro", alerta.
Ainda como conselho a Deco afirma que "as pessoas vão atrás de taxas apelativas e depois não percebem o risco que está por detrás desse produto. É preciso saber que alternativas existem se é ou não adequado ao perfil daquela pessoa e ao seu horizonte temporal. As pessoas subscrevem produtos que são profundamente desadequados ao seu perfil e projeto de poupança".
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Isto acontece porque "Portugal é um país que sofre de iliteracia financeira. A maior parte das pessoas não conhece os produtos disponíveis, aplica o dinheiro em depósitos e hoje em dia os depósitos rendem praticamente nada. Um depósito a um ano rende 0,2% líquidos e se tivermos em conta a inflação prevista de 1,4% significa que as pessoas vão estar a perder poder de compra". Assim "a valorização das poupanças não acompanha a subida do custo de vida ", sublinha António Ribeiro.