O diretor da Nova School of Business and Economics entende que é extraordinário o consenso nacional em torno do défice, mas avisa que o investimento não pode ser prejudicado por excesso de rigidez.
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"Temos de controlar o défice - e ele está controlado -, mas também acho que se é preciso fazer investimentos importantes para o desenvolvimento da economia portuguesa não se pode sacrificá-los todos", avisa Daniel Traça, diretor da Nova School of Business and Economics, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo.
O economista defende que é preciso sobretudo "perceber onde vai ser gasto o dinheiro e se será bem gasto".
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Em todo o caso, o reitor da Nova SBE fica satisfeito com o "enorme consenso na sociedade portuguesa" em torno da necessidade de ter um défice baixo. "Acho que os portugueses aprenderam essa lição e isso é extraordinário", afirma Daniel Traça.
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Mais "soft power" com Angola e restantes países da lusofonia
Nesta entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, Daniel Traça diz que viu com satisfação a recente aproximação entre Portugal e Angola, mas entende que é necessário fazer a evoluir a relação entre os dois países.
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"Nós precisamos que mais angolanos, cabo-verdianos e moçambicanos venham estudar para Portugal, estejam mais ligados a Portugal, porque precisamos de reacender a ligação entre estes povos, que já foi muito estreita em termos pessoais e que nestas gerações mais novas se calhar perdeu-se um pouco", defende Daniel Traça.
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Este soft power, diz Daniel Traça, será fundamental "para que a influência de Portugal, mas também a influência de Angola e Moçambique, sejam mais fortes numa economia global".
Universidades precisam de ter mais impacto
A escola de negócios liderada por Daniel Traça inaugura este mês o novo campus em Carcavelos, uma obra financiada através de crowdfunding junto de empresas e doadores individuais, mas também do Banco Europeu de Investimento.
Uma das apostas da Nova School of Business and Economics passa pela maior ligação entre a universidade e as empresas. Daniel Traça entende que tem havido melhorias neste capítulo em Portugal, "um maior esforço de aproximação", mas reconhece que "não é fácil, porque as empresas e as universidades falam linguagens diferentes": as empresas mais preocupadas com resultados imediatos e as universidades direcionadas para a reflexão.
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Daniel Traça sugere que as empresas "devem abrir mais as portas" e "dar oportunidade às universidades de testarem o que são capazes de fazer". Entende, no entanto, que o maior esforço deve ser feito pelas instituições de ensino, porque "precisam mais das empresas" do que o contrário.
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"As universidades têm de se tornar hoje muito mais relevantes, têm de ter muito mais impacto", avisa Daniel Traça. Para isso, "vão ter de se chegar mais próximos da realidade e das empresas" mas sobretudo "perceber que se eu quero ir falar ao outro lado tenho de aprender a linguagem do outro lado".