Dois pontos percentuais de diferença. O Governo mantém estimativa de 2,7% por cento de défice para 2015. Nos primeiros seis meses do ano o valor ficou em 4,7%.
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O défice atingiu 4,7% do PIB no final do primeiro semestre de 2015, um valor que fica bem acima da meta definida pelo Governo para o final do ano, de 2,7%.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) diz que, do lado da receita, houve um aumento das receitas com impostos sobre a produção e importação, bem como das contribuições sociais.
Do lado da despesa, há um aumento do consumo intermédio e das despesas com pessoal. No entanto, há uma diminuição da despesa de capital, e, em menor grau, das despesas com subsídios e juros.
Ainda de acordo com as Contas Nacionais Trimestrais Por Setor Institucional, "no conjunto do primeiro semestre de 2015, o saldo global das administrações públicas fixou-se em 4.092,9 milhões de euros, correspondendo a 4,7% do PIB", o que compara com um défice de 6,2% registado em igual período do ano passado.
Entre janeiro e junho deste ano, as administrações públicas registaram, em contas nacionais (a ótica que conta para Bruxelas), um défice de 4.092,9 milhões de euros, valor que compara com um défice de 5.286,7 milhões de euros verificado no período homólogo.
Se o défice ficar acima de 3%, Portugal continuará sujeito ao Procedimento por Défice Excessivo. Em declarações à TSF, o economista Ricardo Cabral, vice-reitor da Universidade da Madeira, avisa que, até ao final do ano, o Governo pode ser obrigado a aplicar medidas de austeridade extraordinária.