Défice? "Eu também acertaria, é só uma questão de rebentar com tudo à minha volta"

Lisboa, 15/09/2017 - Novos colaboradores das manhãs da TSF fotografados esta manhã na Escola Superior de Comunição em Lisboa. Manuela Ferreira Leite, Francisco Louçã, Carlos Carvalhas, João Cravinho, Bagão Félix, Eduardo Madeira, Ana Bola, Francisco Menezes, Jel e Mariana Cabral Manuela Ferreira Leite (Jorge Amaral/Global Imagens)
Jorge Amaral/Global Imagens
A antiga ministra das Finanças garantiu, no Pares da República, que haverá mais metas do défice atingidas, mas que o país estará a degradar-se.
Manuela Ferreira Leite recusa-se felicitar o Governo pelos resultados do défice por acreditar que os números estão a prejudicar o país noutro setores e por não ter uma estratégia de futuro.
"É só fazer as contas", atira no programa Pares da República. A antiga ministra das Finanças não tem dúvidas que "com este ritmo" será possível liquidar dívida ou trazê-la para os níveis mais baixos daqui a 40 anos, mas acredita que esse não é o caminho a seguir.
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"Conseguimos acertar num número e deixámos uma data de coisas destruídas e nenhum caminho construído, nem nenhuma perspetiva construída a não ser vir o ministro das Finanças todos os trimestres dizer que acertou e que ainda vem para mais baixo", critica a antiga governante.
E, desta forma, a social-democrata deixa claro: "Eu também acertaria, é só uma questão de rebentar com tudo o que está à minha volta."
Ferreira Leite revela que, seguindo a fórmula do Governo, "é fácil reduzir despesa". Porém, diz, o que desejava era "que os nossos impostos que são elevadíssimos tivessem como consequência uma melhoria na prestação de serviços que são pagas pelos impostos e um caminho que visionássemos como aquele que era possível para o crescimento económico do país".
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A antiga ministra ressalva que não vê "nem uma coisa, nem outra", reforçando que tem havido um nível de impostos elevado, mas um aumento dos cortes das despesas. "Evidentemente vamos ver o 0,5%, vamos ver o 0,0%, vamos ver o '+' qualquer coisa e o país a degradar-se", defende.
"Se o objetivo é simplesmente o número, não tenho dúvidas nenhumas, também não tenho é de felicitar e não felicito porque acho que qualquer contabilista faz esse cálculo", afirmou Manuela Ferreira Leite.