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Saldo negativo das contas públicas atingiu 358 milhões de euros no final de março. IVA rendeu mais, IRS rendeu menos. IRC em queda forte.
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O défice melhorou 290 milhões de euros nos primeiros 3 meses do ano. Os dados da execução orçamental publicados pela Direção-Geral do Orçamento mostram que o saldo negativo das contas públicas estava, no final de março, nos 358 milhões de euros.
O resultado fica a dever-se ao controlo da despesa, que cresceu 0,3% e a um aumento mais significativo da receita.
No capítulo da despesa, os custos primários - gastos inevitáveis do estado, como o pagamento de salários - há uma queda de 0,6%, mas que é ultrapassada por um aumento de quase 16% da despesa de capital, ou seja, dos gastos em bens duradouros, normalmente relacionados com construção ou reabilitação de equipamentos do estado.
Os gastos com prestações de desemprego caíram 12,3%, fruto da redução do número de pessoas sem trabalho.
Mais IVA, menos IRS e muito menos IRC
No lado da receita destacam-se duas realidades opostas: regista-se um crescimento de 7% da receita bruta de IVA e uma subida de 5,5% das contribuições para a Segurança Social - evoluções superiores aos valores inscritos no Orçamento do Estado - mas uma diminuição do IRS (-2,9%) e uma forte queda do IRC (-36,6%).
A Direção-Geral do Orçamento explica a evolução fortemente negativa do Imposto sobre as Pessoas Coletivas com "efeitos temporários verificados nas retenções na fonte de capitais nos primeiros meses de 2016 e pelo aumento do volume de reembolsos" e justifica a queda no imposto sobre o trabalho com "o decréscimo das retenções na fonte da sobretaxa".