Saldo negativo das contas públicas até março foi de 824 milhões de euros. Despesa aumentou mais do que receita. Aumento nas contribuições para a Segurança Social atenuou queda no encaixe com impostos.
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O défice do primeiro trimestre piorou mais de 100 milhões de euros na comparação com o valor de março do ano passado. O saldo negativo da administração pública cifrou-se em 824 milhões de euros, resultante em grande medida do aumento de mais de 340 milhões da despesa com juros.
Nestes três meses a receita aumentou 0,2%, menos do que a despesa, que cresceu 0,8%.
Despesa cresce 0,8%
O aumento da despesa resulta, sublinha o ministério das Finanças em comunicado, sobretudo do pagamento, pela primeira vez em 2016, de juros referentes a uma emissão de obrigações de fevereiro de 2015. Sem esse custo, a despesa primária das administrações públicas reduziu-se 206 milhões de euros.
A despesa corrente aumentou 1,6%, mas abaixo do crescimento previsto no Orçamento do Estado para 2016.
Receita fiscal cai 1,3%
A receita fiscal caiu 1,3%, mas as contribuições para a Segurança Social compensaram, aumentando 1,6%.
Os impostos renderam menos sobretudo devido ao crescimento de 40% dos reembolsos de IVA em relação ao valor registado há um ano (o valor nos primeiros três meses de 2015 foi anormalmente baixo devido a alterações da regulamentação destas devoluções. Esse efeito faz-se agora notar na comparação entre um ano e outro). Sem este fator, a receita fiscal aumentaria 3,4%, acima dos 3,1% estimados no Orçamento do Estado de 2016.
Os impostos diretos renderam menos 0,7%, com a receita de IRS a cair 0,2%. O IRC, no entanto, fez entrar nos cofres do Estado mais 8,6% do que há um ano. Foi na rubrica "outros impostos diretos" que a quebra foi percentualmente maior: os 50 milhões de euros registados há um ano foram eclipsados, valendo agora apenas um milhão.
Os impostos indiretos também caíram: desceram 1,7%, muito influenciados pelo comportamento do IVA, que quebrou 6,9%.
No lado da despesa, houve um aumento de 3,3% nos custos com pessoal, e uma redução de 3,1% nas despesas com a aquisição de bens e serviços.