O parlamento alemão vota hoje a ampliação do valor e das competências do fundo de resgate que ajuda Portugal e a Irlanda, num voto que dará o mote às futuras soluções para a zona euro.
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Os olhos da zona euro estão hoje em Berlim, na votação no Bundestag do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), cuja aprovação se depender dos votos a favor da oposição tornará mais difícil a aprovação futura do Mecanismo de Estabilização Europeia, que deverá suceder ao FEEF após 2013.
No início desta semana, a chanceler alemã Angela Merkel disse, no entanto, estar confiante de que a coligação governamental da CDU (democratas-cristãos) e do FDP (liberais) terá uma maioria própria.
Nos últimos meses, diversas vozes dos dois partidos têm-se feito ouvir contra a aprovação da extensão do FEEF, levando mesmo à especulação sobre uma eventual queda do governo, caso a lei só seja aprovada com o apoio dos partidos da oposição, dois dos quais já prometeram votar a favor.
Os deputados "rebeldes" opõem-se, sobretudo, ao aumento das verbas operativas do FEEF para os 440 mil milhões de euros, o que fará as garantias alemãs passarem de 123 para 211 mil milhões de euros.
Recentemente, o número de deputados da coligação governamental alemã contra a extensão do fundo chegou a estar próximo dos 40, mas diminuiu após alterações ao projecto de lei, que passou a prever uma maior audição do parlamento quando se tratar de decidir onde o FEEF será gasto.
A remodelação do FEEF já foi aprovada nos parlamentos da Finlândia, França, Espanha, Itália, Bélgica e Luxemburgo, e também na Grécia e na Irlanda.
Hoje decorre também a votação na Estónia e na sexta-feira será a vez da Áustria e da segunda câmara legislativa alemã, ficando assim a faltar nove países, entre os quais Portugal.