O líder do PS disse ainda que também não está interessado no que diz o PSD, numa resposta aos sociais-democratas que hoje disseram estar espantados com silêncio do PS sobre "boas notícias" do desemprego.
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O secretário-geral do PS desvalorizou a ligeira redução da taxa de desemprego em Portugal, considerando a situação "dramática" e que falar-se em boas notícias é "tão mau" como a ideia do primeiro-ministro de "final feliz" pós-resgate financeiro.
"Falar-se de boas notícias é quase tão mau como a ideia do primeiro-ministro que isto é um final feliz. Isto é um final muito triste pela situação dramática em que o país está", declarou o líder socialista. Perante os dados do INE, António Costa preferiu antes transmitir a sua "grande preocupação e solidariedade em relação às pessoas que estão desempregadas".
"O que conta não são os números mas as pessoas. O que contam são as pessoas que foram forçadas a emigrar por não terem trabalho, as pessoas que já não podem estar inscritas nos centros de emprego e as centenas de milhares de pessoas que continuam à espera de emprego. São essas as pessoas que nos preocupam e não aquilo que diz o PSD", respondeu.
Face à insistência dos jornalistas de que a taxa de desemprego recuou em Portugal, António Costa contrapôs que "é uma má notícia o país ter 700 mil pessoas no desemprego, 300 mil pessoas que já não estão sequer inscritas nos centros de emprego, às quais ainda se juntam 350 mil pessoas que tiveram de partir do país". "Desde os anos 60 que não havia um saldo migratório desta dimensão", acrescentou.
O secretário-geral do PS desvalorizou hoje a apresentação das linhas gerais programáticas pela coligação PSD/CDS, na quarta-feira, alegando que já são conhecidas dos portugueses e que se resumem à continuidade dos cortes e "a mais do mesmo".
Questionado ainda sobre como encara a apresentação das linhas gerais do programa da coligação PSD/CDS, António Costa considerou que essas "linhas gerais já são conhecidas dos portugueses".
"Já todos sabemos quais são: Um novo corte das pensões em mais 600 milhões de euros, a prorrogação do corte salarial dos trabalhadores do setor público e a prorrogação da sobretaxa de IRS. Essas são as linhas gerais do programa do PSD, estão claras e não há dúvidas sobre isso", sustentou.