Dia de luta da CGTP: esperadas milhares de pessoas em Lisboa e Porto contra revisão da lei laboral
No Porto, a concentração está prevista para as 10h30, começando na Praça do Marquês e terminando na Praça D. João I, enquanto em Lisboa está prevista para as 15h00, a começar no Marquês de Pombal e terminando nos Restauradores
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A CGTP espera que milhares de trabalhadores se manifestem este sábado em Lisboa e no Porto contra o anteprojeto do Governo de revisão da legislação laboral.
Sob o mote lema "Mais salários e direitos - Outro rumo é possível!", a manifestação convocada pela central sindical liderada por Tiago Oliveira vai realizar-se em dois pontos do país.
No Porto, a concentração está prevista para as 10h30, começando na Praça do Marquês e terminando na Praça D. João I, enquanto em Lisboa está prevista para as 15h00, a começar no Marquês de Pombal e terminando nos Restauradores.
Em declarações à TSF, o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, insiste na retirada da proposta e acusa o Governo de beneficiar os patrões.
"O Governo veio dizer que este é um projeto aberto a discussão, mas aquilo que está em cima da mesa é um anteprojeto que coloca os trabalhadores ainda no balneário a equiparem-se e coloca já as associações patronais junto à linha de chegada, porque tudo o que está ali corresponde aos interesses de uns, os interesses dos patrões. É por isso que os patrões vieram dizer que este é um bom acordo, uma boa base de negociação. Hoje, é um primeiro passo, depende do Governo a próxima dimensão da luta", explica à TSF Tiago Oliveira, renovando o desafio ao Executivo.
"A CGTP já disse ao Governo para retirar esta proposta de cima da mesa. Precisamos de discutir aquilo que hoje na lei é negativo para os trabalhadores, mas discutir no sentido de melhorar as condições de vida de quem trabalha. Não aceitamos que coloquem aos trabalhadores ainda mais dificuldades. Vamos ter um dia de luta e de afirmação e o Governo tem de olhar para aqueles que são a maioria", acrescenta.
À agência Lusa, Ana Pires, dirigente da Comissão Executiva da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses Intersindical (CGTP), disse esperar milhares de trabalhadores, pensionistas e famílias na manifestação deste sábado contra a revisão da lei laboral e antecipou que a central sindical vai "dar o devido combate", caso o Governo não retire o anteprojeto da discussão.
Para assegurar a participação dos trabalhadores que trabalham ao fim de semana, foram emitidos vários pré-avisos de greve, nomeadamente nos setores do comércio e serviços, a indústria, a hotelaria e a restauração, indicou ainda a também responsável pela ação reivindicativa da CGTP.
É este o caso da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Energia e Minas (Fiequimetal), que tem um pré-aviso de greve que vigora entre as 00h00 e as 23h59 deste sábado.
A CGTP tem vindo a insistir que o anteprojeto do Governo representa "um verdadeiro retrocesso" nos direitos dos trabalhadores e aponta que há propostas de alteração inconstitucionais.
Na última reunião de Concertação Social, em 10 de setembro, o Governo comprometeu-se a apresentar uma nova versão do anteprojeto, "com evoluções” nas matérias relacionadas com a família e a parentalidade, segundo indicaram o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT) e o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).