O ISCTE criou um laboratório de digitalização e visualização avançada. As máquinas de grande capacidade vão começar a trabalhar no arquivo do Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT)
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O novo laboratório vai chamar-se DAViD Lab, do inglês, Data Advanced Visualization and Digitalization Laboratory, tem um investimento de 1,7 milhões de euros, dos quais 40% são financiados pelos fundos europeus do Portugal 2030.
Para o vice-reitor do ISCTE, Jorge Costa, pertende-se “digitalizar muita informação histórica que existe dispersa por vários arquivos em várias entidades. Abrir o que for digitalizado, à comunidade científica e à população em geral. E permitir Interligar, através de processamento inteligente com Inteligência Artificial, interligar essas informações que vêm de arquivos diferentes, permitindo uma pesquisa mais completa se for necessário”.
As máquinas de digitalização do DAViD estão preparadas para irem ao terreno digitalizar edifícios. “Se por exemplo, estivermos a falar em documentos, em suporte papel, o que está previsto é nós acolhermos temporariamente esses materiais históricos nas instalações do David e digitalizamos esses materiais nas máquinas localizadas no laboratório. No entanto, também prevemos a digitalização de objetos, inclusive de estruturas maiores, como edifícios. Obviamente, no caso destas estruturas maiores, o que temos é máquinas digitalizadoras que digitalizam nuvens de pontos tridimensionais e obviamente aí temos que levar a máquina até ao edifício que pretendemos de digitalizar”, sublinha Jorge Costa.
No caso do IMT, explica o vice-reitor do ISCTE, “eles têm cerca de um 1500 metros lineares de documentação relacionada com a ferrovia e mais cerca de 1000 metros lineares de documentação histórica relacionada com a rodovia. O que pretendemos fazer é progressivamente ir digitalizando esses documentos, que podem ser trabalhos de arquitetura de edifícios, como estações de comboio ou projetos de engenharia de linhas ou mesmo a desenhos mais técnicos de material circulante ou mesmo documentação tradicional.”
Para começar, o DAViD já tem 100 Terabytes (TB) para alojar estes arquivos mas Jorge Costa assume que “temos que ir ajustando à medida que o nosso arquivo digital for crescendo, teremos que fazer um investimento na sua expansão”.
E além do IMT há outras entidades que que se associaram a esta iniciativa que nasceu de uma chamada de projetos feitos pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e vale do Tejo. Também vão ser digitalizados os arquivos da Ephemera de Pacheco Pereira, os arquivos do Ministério da Defesa e outros associados à Câmara Municipal de Lisboa.