Diogo Lacerda Machado defende-se das acusações de Passos Coelho. O advogado adianta ao jornal Expresso que é "um orgulho" fazer parte da nova administração da companhia aérea.
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Diogo Lacerda Machado garante que foi com "sentido de serviço público" que aceitou a nomeação para a administração da companhia aérea. Lacerda Machado afirma que não tem "vergonha" por assumir as novas funções, em declarações ao jornal Expresso e à Rádio Renascença.
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O advogado responde assim às críticas de Pedro Passos Coelho que, no último sábado, classificou como uma "pouca-vergonha" a nomeação de Lacerda Machado. O líder do PSD mostrou indignação pelo facto de "o mesmo homem que andou a negociar a reversão da privatização" da companhia aérea ser convidado para a administração da mesma.
Lacerda Machado, amigo pessoal de António Costa, esteve à frente da negociação do processo de reversão da privatização da TAP, no ano passado, a pedido do Primeiro-Ministro.
Diogo Lacerda Machado aponta que não é "agente político no ativo" e que por isso não pode fazer comentários às declarações do ex-primeiro-ministro. No entanto, como Passos Coelho se dirige em particular ao advogado, dizendo que "fica tão mal a quem nomeia como a quem aceita", Lacerda Machado sentiu-se na obrigação de falar.
"Os factos mostram que foi possível reconfigurar a privatização da TAP para um modelo em que os privados investem o mesmo, mas ficam com 45% do capital da empresa, em vez de 61%", defende Diogo Lacerda Machado, "tenho imenso orgulho naquilo que ajudei a fazer. Foi com sentido de serviço público, o mesmo sentido de serviço público que me levou a aceitar e, suponho, que a ser convidado".
Também o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, já reagiu às palavras de Passos Coelho. Pedro Marques responde dizendo que "uma pouca-vergonha" é o ex-primeiro-ministro ter negociado a privatização da TAP "pela calada da noite" e já com o governo PSD demitido.
No último fim de semana foram conhecidos os nomes da nova administração da companhia aérea. Miguel Frasquilho, ex-presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, vai ser o Presidente do Conselho de Administração. No grupo de administradores, vão estar Lacerda Machado e a líder da Fundação Serralves, Ana Pinho. Esmeralda Dourado, administradora da SAG, Bernardo Trindade, ex-secretário de Estado do Turismo, e António Gomes de Menezes, ex-presidente da companhia aérea SATA são outros dos nomes que se juntam à lista, segundo revelações feitas por Marques Mendes à SIC.