No diagnóstico às contas das autarquias, o Governo concluiu ainda que o maior problema é a dívida de curto prazo, cerca de 1500ME, que corresponde a quase 1% da riqueza produzida no país.
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Mais do que os oito mil milhões de dívida total, há uma fatia do "buraco" que está a preocupar o Governo e a troika.
São 1500 milhões de euros de dívida de curto prazo a fornecedores, quase um por cento do Produto Interno Bruto (PIB). No fundo trata-se de pagamentos em atraso para lá do limite dos 90 dias, sobretudo a empresas locais.
Nesta parte do problema, a TSF sabe que há 38 autarquias assinaladas como sendo casos muito graves, 38 pequenos e médios municípios que acumulam 387 milhões de euros de dívidas a fornecedores, cerca de 30 por cento do total das contas atrasadas.
Estas autarquias, com sérios problemas de endividamento, sobrevivem com uma preocupante e insustentável diferença entre receitas e despesa, o que leva o executivo a admitir que existem, nas autarquias do Continente e à escala, diversas "Madeiras".
Por estes dias de escassez de recursos, de quebra de receita e acesso ao crédito quase impossível, a solução vai ter de passar por cortes nas despesa. Um "garrote" que poderá afectar a qualidade dos serviços prestados às populações.
O diagnóstico está feito, à parte desses 38 casos mais graves, cerca de um terço dos 308 municípios tem problemas de endividamento excessivo, um modo de vida que o Governo quer agora alterar impondo um novo modelo de gestão autárquica.