Dívida externa e malparado são as principais "fraquezas" da economia portuguesa
A Comissão Europeia apresenta esta quarta-feira o boletim macroeconómico de inverno. Há duas semanas, no relatório intercalar, Bruxelas manifestava-se mais pessimista do que o governo, em relação às perspetivas de crescimento para o próximo ano. E, agora, vem dizer que Portugal ainda apresenta uma situação de desequilíbrio macroeconómico.
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A dívida externa, tanto pública como privada, e o crédito malparado são os principais "fatores de fraqueza", apontados pela Comissão Europeia, tendo em conta um contexto de "baixo aumento da produtividade".
Bruxelas conclui que as contas do Estado estão "amplamente equilibradas", mas defende "prudência continua" e a "manutenção dos aumento da competitividade", para garantir o ajuste da dívida externa.
Os rácios da dívida privada continuam a descer dos níveis elevados, com a ajuda do crescimento nominal.
A dívida do governo começou a cair a partir de 2017, apoiada nos superavits primários. No entanto a comissão considera que a dívida permanece elevada.
O relatório conclui que o risco no setor bancário diminuiu, incluindo com a recapitalização dos principais bancos em 2017 e uma recente melhoria na rentabilidade.
A comissão considera que o ajustamento do mercado de trabalho progrediu mais e o desemprego tem vindo a diminuir a um ritmo forte há vários anos.
No documento defendem-se ainda medidas de política para colmatar lacunas em áreas como os mercados de produtos e serviços.
Bruxelas considera ainda necessário monitorizar a adoção e implementação de reformas estruturais e orçamentais para melhorar a sustentabilidade das finanças públicas.