A dívida pública na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas, recuou no segundo trimestre deste ano para os 128,6% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou esta quinta-feira o Banco de Portugal.
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De acordo com o boletim estatístico do Banco de Portugal (BdP), no final de junho, a dívida pública de Portugal ascendia a 225.456 milhões de euros, mais de 3.700 milhões abaixo do valor verificado no final do mês anterior, em que se cifrou nos 229.204 milhões de euros.
Comparando com o primeiro trimestre do ano, o último período para o qual o banco central disponibiliza o rácio da dívida sobre o PIB, este indicador passou os 129,6% em março para os 128,6% em junho.
Já a dívida líquida dos depósitos da administração pública foi de 210.737 milhões de euros em junho, o equivalente a 120,2% do PIB, tendo no entanto representado um aumento face ao verificado no final do primeiro trimestre, em que a dívida excluindo estes depósitos foi de 119,8% do PIB.
A dívida na ótica de Maastricht é utilizada para medir o nível de endividamento das administrações públicas de um país e o conceito está definido num regulamento de 2009 do Conselho Europeu, relativo à aplicação do protocolo sobre o procedimento relativo dos défices excessivos anexo ao Tratado que institui a Comunidade Europeia.
O Governo estima que a dívida pública se reduza para os 124,2% do PIB no final deste ano, uma previsão mais otimista do que a da Comissão Europeia que antecipa que o endividamento público português feche o ano nos 130,2% do PIB. Excluindo os depósitos da administração pública, o Governo prevê que a dívida pública seja de 116,5% do PIB no final de 2015.
O BdP indica ainda no Boletim Estatístico que as contas externas de Portugal registaram um saldo positivo de 214,1 milhões de euros no primeiro semestre, 4,5 milhões de euros abaixo do saldo registado no mesmo período de 2014.
Até junho deste ano, a balança corrente registou um défice de 850,5 milhões de euros, ligeiramente melhor do que o saldo negativo de 950,8 milhões de euros verificado nos primeiros seis meses de 2014.
Já a balança de capital obteve um saldo positivo de 1.064,6 milhões de euros no primeiro semestre, 104,8 milhões abaixo do excedente de 1.169,4 milhões registado no mesmo período do ano passado.
Em 2014, as contas externas de Portugal fecharam nos 3.608,2 milhões de euros, um saldo que, apesar de positivo, foi inferior em mais de 2.500 milhões ao de 2013.