
Câmara de Lisboa
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As dívidas da Câmara Municipal de Lisboa baixaram para 72 milhões de euros no ano passado, mas o prazo de pagamento aos fornecedores teve de ser alargado em pelo menos duas semanas.
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A Câmara Municipal de Lisboa apenas conseguiu reduzir em quatro milhões de euros a dívida a fornecedores nos últimos 12 meses.
A dívida está bem longe dos 300 milhões do passado recente. Mesmo assim, o município da capital deve 72 milhões e teve de aumentar em 12 dias os prazos de pagamento, tudo por causa dos ultimo trimestre.
O presidente da autarquia lisboeta justificou esta situação com a grande diferença entre o que foi orçamentado como derrame municipal e aquilo que foi executado.
«Em Agosto, em vez dos 80 milhões de euros tínhamos 50 milhões de euros depositados. A receita subiu mais um pouco nos meses posteriores, visto que houve pagamentos diferidos por parte das Finanças. Tudo isso criou uma tensão de tesoureira no último trimestre, o que se reflectiu no agravamento desses 12 dias no pagamento a fornecedores», explicou.
António Costa quis ainda mostrar o balancete das empresas municipais para dizer que este ano essas empresas não deram prejuízo e não escondem a dívida da câmara.
Já quanto ao projecto de fusão da EPUL com a GEBALIS e a Sociedade de Reabilitação Urbana, a autarquia está à espera de novas normas do Governo.
«Pareceu-nos prudente conhecer primeiro essa legislação (...) para podermos proceder a essa fusão de forma a não corrermos o risco de termos de repetir ou alterar algo», justificou.
Para 2012, a Câmara da Lisboa desenhou um fundo imobiliário, com os imóveis da autarquia, algo já previsto no ano passado.
Esse fundo foi entregue a uma sociedade gestora que está a construir um plano estratégico, para já com metade do valor que estava inicialmente previsto.
Este «fundo está pensado para ter o máximo de 200 milhões de euros de capital», disse António Costa. «Temos condições para poder avançar numa primeira fase já com 100 milhões de euros, mas julgamos que a realização dessas participações financeiras será necessariamente escalonada no tempo», afirmou.
A autarquia está a trabalhar com a sociedade gestora e «quando a sociedade gestora considerar adequado procederemos ao lançamento do fundo», rematou António Costa.
A crise no mercado obriga a estes adiamentos, mas também a política, já que o município de Lisboa está ainda à espera das mudanças na administração da EPAL, que ficou de comprar a concessão da rede de saneamento do município de Lisboa por 100 milhões de euros.