São cada vez mais as pessoas e as empresas que não têm capacidade para pagar o que devem, indica a lista pública de devedores crónicos, gerida pelo Ministério da Justiça.
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O número de novos devedores, nos primeiros seis meses deste ano, duplicou em relação aos últimos seis do ano passado.
Juristas, citados pelo Diário Económico esta manhã, dizem que esta realidade pode agravar-se ao longo deste ano e do próximo.
As dívidas incobráveis somam quase 400 milhões de euros. É o retrato de um país, em que todos devem a todos.
A lista pública de execuções, criada em 2009, nunca foi tão extensa. Tem 26 mil e 600 nomes, mais particulares que empresas.
Nos dois casos, pessoas e instituições que não conseguem pagar o que compram, sejam bens ou serviços, matérias primas ou crédito.
Em Junho, a lista cresceu, com a inclusão inédita de mais 1800 nomes num único mês e desde o início do ano, as novas entradas duplicaram.
Os mais de 15 mil particulares e as 10 mil empresas inscritas na lista de devedores crónicos, segundo o Diário Económico, representam o bolo de dívidas que totaliza os 394 milhões de euros. Quase metade das dívidas são a fornecedores de bens ou matérias-primas. Seguem-se fianças e arredamentos, os serviços, como energia, telecomunicações e água.
Só depois, aparecem as dívidas por serviços financeiros. Empresas que não pagaram salários, nesta lista, são pouco mais de 300.
Todas estas dívidas são incobráveis, ou seja, os processos de dívida chegaram, a tribunal, e já foi apurado que os devedores, não têm nem rendimentos, nem bens, que permitam saldar o que devem.
O Diário Económico cita uma fonte oficial do Ministério da Justiça, que gere a lista pública de execuções, e que aponta as comarcas com mais processos em mãos.
À cabeça, Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, e ainda Guimarães, Famalicão e Maia.
Nas contas do Ministério da Justiça, conclui-se que desde o início do ano, apareceram 54 novos devedores crónicos por dia.