O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural quer proibir a entrada de novas licenças de plantação no Douro e promover a destilação dos vinhos excedentes da região para a aguardente necessária para a produção de vinho do Porto.
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Daniel Campelo foi esta sexta-feira a Carrazeda de Ansiães inaugurar a Feira da Maçã, Vinho e Azeite e aproveitou para reunir com entidades ligadas ao sector do vinho.
O governante disse que foram detectados dois problemas grandes que «atrapalham muito a vida dos viticultores do Douro», nomeadamente a entrada de novas licenças de plantação na região vindas do exterior e as aguardentes.
«O Governo está recreativo a equacionar a proibição da entrada dessas novas licenças e o problema da aguardente que tem vindo a invadir o Douro. O vinho do Porto exige que seja produzido com aguardente de uvas produzidas no Douro», salientou.
Esta seria uma forma de diminuir as importações das aguardentes vínicas, necessárias para a produção de vinho do Porto. Só que a única entidade do Douro certificada para a destilação está em processo de insolvência, com um passivo de oito milhões de euros.
Por isso, o governante disse que é necessário encontrar «mecanismos» em conjunto com outras instituições locais.
A destilação dos excedentes é, segundo o presidente da Casa do Douro, Manuel António Santos, uma medida de «solidariedade» reivindicada há dez anos por este organismo.
Campelo disse ainda não concordar com o benefício (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto) fixado pelo Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) para esta vindima, de 85 mil pipas, menos 25 mil que na vindima anterior.