O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, afirmou esta quinta-feira que as autoridades portuguesas agiram com eficácia no âmbito do caso Banco Espírito Santo.
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«Não posso fazer comentários sobre bancos individuais. O que posso dizer é que as autoridades portuguesas agiram rapidamente e de forma eficaz», referiu o presidente do Banco Central Europeu (BCE), em conferência de imprensa, em Frankfurt.
Para além do desempenho das autoridades portuguesas, o presidente do banco central enalteceu também a atuação da Concorrência Europeia no âmbito da crise do BES, sublinhando que estas, em conjunto, «evitaram uma possível crise sistémica, estancaram os efeitos de contágio» no setor financeiro dentro e fora de Portugal.
«As reações do mercado, tanto em Portugal como fora de Portugal, confirmam esta visão de que as autoridades foram eficazes», reforçou o presidente do BCE.
O responsável europeu insistiu que «o que poderia ter sido um incidente sistémico é agora um incidente restringido aos donos do banco» português, afastando a possibilidade de contágio ao setor financeiro.
Draghi reconheceu, todavia, que «há ainda muito trabalho a fazer, nomeadamente, na transferência de ativos do BES para o 'banco bom' [Novo Banco] e para o 'banco mau' e também a exposição a Angola».
A concluir, e destacando a relevância da situação do BES, o presidente do BCE assinalou que o Novo Banco «está nas mãos do Fundo de Resolução que, possivelmente, irá vendê-lo em breve», e reforçou que «não há dinheiro público envolvido».
«As diferenças entre o preço da recapitalização do Novo Banco e o valor da venda futura terão de ser suprimidas pelo banco e não, pelo Estado», rematou Draghi.