O presidente da Comissão Europeia exige «acções sem demora» aos chefes de Estado, na sequência do agravamento da crise no mercados em Espanha e em Itália.
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É com «grande preocupação» que a Comissão Europeia olha para a evolução dos mercados de títulos soberanos de Itália e Espanha, lê-se num comunicado enviado esta quarta-feira em nome de Durão Barroso.
No documento, a Comissão considera estes desenvolvimentos «claramente injustificados», tendo em conta a situação económica e orçamental dos dois países.
A Comissão Europeia entende que ambos os Estados têm adoptado as medidas necessárias para o reforço das duas economias.
Para Durão Barroso, «as tensões nos mercados obrigacionistas reflectem uma crescente preocupação entre os investidores sobre a capacidade sistémica do euro para responder à crise».
No comunicado, o presidente do executivo comunitário recorda as conclusões da recente cimeira da Zona Euro, lembrando que nesta reunião os chefes de Estado e de Governo concordaram em encontrar «medidas que irão reforçar a resposta sistémica da área do euro à crise, aumentando a eficácia do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira».
Durão Barroso lembra que a implementação de algumas das medidas «exige acções dos parlamentos nacionais».
O trabalho técnico necessário para implementar as medidas acordadas, a 21 de Julho, «já está em andamento e será concluído como uma questão de urgência», lê-se no comunicado.
Esta quarta-feira de manhã, as obrigações italianas com maturidades a dois, cinco e dez anos atingiam máximos históricos, ao negociar nos 4,682 por cento, 5,542 por cento e 6,137 por cento, respectivamente, segundo a Bloomberg.
Destaque também para as obrigações soberanas de Espanha. Na maturidade a dez anos, os juros exigidos pelos investidores para transaccionar dívida soberana espanhola negociavam nos 6,281 por cento.
Nas maturidades a cinco e dois anos, as obrigações de Espanha negociavam nos 5,597 por cento e 4,533 por cento, respectivamente.