No discurso sobre o Estado da União, Durão Barroso sublinhou os «impressionantes esforços de ajustamento» feitos por alguns países e acusou os bancos de «comportamento irresponsável».
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O presidente da Comissão Europeia defendeu uma fiscalização mais eficaz do setor financeiro e rejeitou que o euro seja o causador da crise atual.
No discurso que fez durante o debate do Estado da União, Durão Barroso acusou os bancos de não reconhecerem os esforços feitos pelos Estados-membros em maiores dificuldades.
Na opinião do ex-primeiro-ministro português, países como Portugal, Irlanda e Grécia «estão a fazer impressionantes esforços de ajustamento».
«Mas, eles têm um problema de financiamento da economia, precisamente porque também houve a contaminação do problema da dívida soberana com o problema dos bancos», explicou.
Durão Barroso frisou ainda que a «origem desta crise não é o euro» e lembrou que no «Reino Unido colocou mais dinheiro dos contribuintes para salvar o setor bancário que qualquer outro país da Europa».
«A Islândia não foi um membro do euro nem da União Europeia. Então não foi o euro que criou o problema. Foi o comportamento irresponsável do setor financeiro em diversas partes do mundo, incluindo nos EUA. Esta é a origem do problema», sublinhou.
Barroso foi ainda mais longe ao dizer que «algumas pessoas do setor financeiro não aprenderam nada» e condenou as ações de alguns bancos dos EUA que «financiam o Irão contra toda a legislação norte-americana».
«Temos vistos bancos ingleses a fazerem cartéis da droga no México», adiantou o presidente da Comissão Europeia, que acusou os bancos de insistirem em práticas intoleráveis.