"É altura de remunerar o que o Estado lá colocou". Governo quer dividendos da Caixa
Ministro das Finanças sublinha que é importante ter a CGD capitalizada para que o banco público "remunere" o capital do estado. Dividendos do Banco de Portugal também são "significativos".
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O ministro das Finanças considerou, durante a apresentação da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) deve "remunerar" o Estado por via do pagamento de dividendos.
"A Caixa tem um acionista, o Estado, e esse acionista entende que deve ter a CGD capitalizada, o que não aconteceu durante muitos e muitos anos, para que a CGD remunere o capital que o Estado lá colocou porque esse capital é dos portugueses", disse Mário Centeno, no ministério das Finanças.
Não adiantando quanto espera receber em dividendos, o ministro das Finanças referiu que o Governo liderado por António Costa tem como objetivo "ultrapassar a fase em que o acionista tinha de colocar dinheiro" no banco público.
Além dos dividendos da Caixa, em 2019, o Governo prevê receber um aumento dos dividendos pagos pelo Banco de Portugal (BdP). "Perspetiva de dividendos por parte da Caixa Geral de Depósitos e de um aumento dos dividendos pagos pelo Banco de Portugal", pode ler-se no documento.
Ainda assim, o ministro das Finanças não adiantou números concretos quanto aos montantes relativos a estes pagamentos de dividendos as verbas relativas ao pagamento de dividendos.
Pagamento de dividendos no Banco de Portugal é "uma das parcelas mais significativas", diz Centeno
Caso se verifiquem os pagamentos de dividendos da CGD em 2019, tal significará que passaram nove anos desde a última vez que o banco público distribuiu dividendos. No que diz respeito ao Banco de Portugal, a instituição fê-lo no ano passado, entregando cerca de 525 milhões de euros.
Segundo o ministro das Finanças, a distribuição de dividendos do BdP é mesmo "uma das parcelas mais significativas". Em 2018, além dos 525 milhões de euros entregues em dividendos, o Banco de Portugal, liderado pelo governador Carlos Costa, entregou ao Estado mais 272 milhões de euros em impostos.
No ano anterior, o montante tinha sido de 352 milhões de euros, ou seja, praticamente o dobro de 2016.
Na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, o Governo estima um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2%, uma taxa de desemprego de 6,3% e uma redução da dívida pública para 118,5% do PIB. O Executivo liderado por António Costa mantém ainda a estimativa de défice orçamental de 0,2% do PIB no próximo ano e de 0,7% do PIB em 2018.