Manuela Ferreira Leite considera que o Estado devia cobrar aos contribuintes apenas o necessário, em vez de ter de, mais tarde, proceder a reembolsos mais avultados.
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No espaço de comentário que ocupa semanalmente na TSF, "A Opinião", Manuela Ferreira Leite defendeu que as regras do IRS deviam ser mais claras, de modo a não levantar dúvidas aos contribuintes.
A antiga líder social-democrata criticou o facto de existirem mudanças na forma como se processa a declaração de IRS, de ano para ano, o que, diz a comentadora, suscita dúvida e erros nos contribuintes.
Sobre a atual "corrida à entrega do IRS", com os contribuintes a preencherem as declarações na esperança de serem reembolsados o mais cedo possível, Manuela Ferreira Leite lembra que este reembolso não é nenhum "presente" do fisco.
"Quando o recebemos, parece que é uma 'dádiva' do Estado. Mas não é nada disso", alertou a economista, sublinhando que um maior reembolso apenas significa que o Estado cobrou ao contribuinte mais do que deveria ter cobrado.
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"Todos os meses, é-nos retida uma parte do ordenado para imposto. Este montante que pagamos é sempre excessivo. Não precisavam de nos cobrar tanto", defendeu Ferreira Leite.
A antiga ministra das Finanças realça ainda que as contribuições dos portugueses ao Estado são "empréstimos gratuitos", de que o Estado beneficia "sem juros".
"É necessária maior lealdade entre o contribuinte e o fisco para que a aversão a pagar impostos se transforme numa relação mais saudável", concluiu.
*com Fernando Alves