No comentário habitual na TSF, Francisco Louçã defende que o levantamento do sigilo bancário "é a forma de obter a transparência necessária que falta na sociedade portuguesa".
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Francisco Louçã considera que todas as contas têm de poder ser verificadas pelo Fisco e, se necessário, pela Justiça. Para o economista, o levantamento do sigilo bancário é essencial, em nome da transparência.
No comentário semanal na TSF, Louçã lembra as muitas resistências ao longo dos últimos anos à medida. "É notável que o levantamento do segredo bancário seja uma expressão que com tanta proteção foi organizada, ao longo de tanto tempo, contra as únicas investigações que poderiam descobrir onde está o dinheiro", realça, referindo-se a grandes investigações a casos de corrupção.
"O que importa é que o argumento político tem de ser este: qualquer caso de corrupção ou de manipulação do interesse público tem de ser punido com toda a força da República".
Para Francisco Louçã, o levantamento do sigilo bancário é importante "porque é preciso quebrar a cultura do silêncio e da ocultação".
"Os dinheiros que nós recebemos, pelos quais temos uma obrigação perante todas as outras pessoas que vivem connosco no nosso país - que é de pagar os impostos - têm que poder ser verificados. É um dever da República e um dever das pessoas".
O economista defende que "o segredo bancário não pode proteger estes pagamentos por baixo da mesa, as corrupções, as traficâncias... Todas as pessoas devem naturalmente aceitar e até querer que haja uma verificação que garanta a idoneidade e a normalidade dos seus pagamentos fiscais".
"O levantamento do segredo bancário, o controlo do património das pessoas, a verificação do dever público - isso é a forma de obter a transparência necessária que falta na sociedade portuguesa", defende Francisco Louçã.
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Todas as sextas-feiras, depois das 9h, Francisco Louçã comenta assuntos da atualidade económica na TSF.