O chefe da missão do FMI em Portugal, defendeu que a organização está «muito interessada em discutir políticas que criem emprego». Sobre a forma de saída de Portugal do programa de resgate, Lall diz que «um programa cautelar não é um sinal de fraqueza».
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O chefe da missão do FMI em Portugal, Subir Lall, afirmou hoje que «é prematuro especular» sobre eventuais aumentos do salário mínimo, defendendo que a organização está «muito interessada em discutir políticas que criem emprego».
Interrogado na conferência de imprensa sobre a 11.ª avaliação ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) Subir Lall disse que «não se pode falar em salários sem falar de criação de emprego» e que o FMI «está muito interessado em discutir políticas que criem emprego», destacando ainda que são «os trabalhadores com qualificações baixas e com salários mais baixos que têm mais dificuldade em arranjar trabalho».
Para o responsável, «há ainda muitas coisas que podem ser feitas», mas «há uma diferença entre as mudanças legislativas já feitas e a passagem dessas mudanças à prática».
Na mesma conferência de imprensa, Subir Lall foi questionado sobre as rendas excessivas no setor da eletricidade, reiterando que «tem de ser feito mais» para as limitar, de forma a promover a competitividade.
«O tema das rendas excessivas tem sido recorrente, é verdade. Mas é um tema difícil, sobretudo numa altura em que estão a ser feitas tantas reformas», afirmou o chefe da missão do FMI em Portugal, garantindo estar «esperançado» de que vão ser alcançados avanços nesta matéria na 12.ª avaliação regular ao programa, que se inicia na terça-feira.
Em relação à forma de saída de Portugal do programa de resgate, Subir Lall disse que o que importa ao FMI é que «as reformas que têm de ser feitas», mas acrescentou que pedir «um programa cautelar não é um sinal de fraqueza», remetendo a decisão final para as autoridades portuguesas.