Num artigo publicado no Financial Times, o economista diz que será quase impossível impedir uma nova recessão a nível mundial e critica o corte do rating dos EUA.
Corpo do artigo
Cortar o rating dos EUA foi uma «decisão errada», garante o economista Nouriel Roubini que considera que dessa forma a Standard&Poor's aumentou as probabilidades de uma dupla queda e de ainda maiores défices fiscais.
No artigo de opinião, publicado esta segunda-feira no Financial Times, Nouriel Roubini defende que o Banco Central Europeu (BCE) deve cortar as taxas de juro para zero e fazer grandes aquisições de títulos de dívida soberana para impedir a Itália e a Espanha de perderem acesso aos mercados.
Para o reconhecido economista e professor universitário, a melhor opção na actual conjuntura é que os países que não perderam acesso ao mercado, como é o caso dos EUA, Japão, Reino Unido e Alemanha, introduzam novos estímulos fiscais de curto prazo comprometendo-se ao mesmo tempo com austeridade fiscal de médio prazo.
Roubini adianta ainda que o actual momento se caracteriza por problemas de solvência e não apenas de liquidez devendo por isso dar-se início a reestruturações de dívida de forma ordenada.
Apesar de reconhecer que pode não ser possível evitar outra recessão, o economista defende que medidas políticas acções rápidas e direccionadas) podem impedir uma segunda depressão.
Ao contrário da Grécia, Portugal e Irlanda, a Espanha e a Itália são para o economista países «demasiado grandes» para serem resgatados. Por isso, conclui Roubini, caso estes dois países percam de facto acesso aos mercados o resultado será uma crise de grande escala que requer o dobro ou o triplo dos recursos de resgate ou de rearranjos de dívida e uma separação da Zona Euro.