Um estudo da LLYC revela que os temas dos debates e da corrupção perderam força nas redes sociais. Nos dois meses que antecederam as eleições, a economia e a saúde foram os mais comuns nas publicações dos portugueses
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Tal como em 2024, nos dois meses que antecederam as eleições, o tema da economia e impostos foi o mais falado nas redes sociais, ocupando mais de 23% das conversas, segundo um estudo realizado pela consultora LLYC, que analisou mais de 184 mil publicações e notícias divulgadas online por mais de 19 mil perfis diferentes. A análise revela que os reembolsos do IRS inferiores ao esperado e as mexidas no IRC foram os assuntos mais discutidos.
Em destaque esteve também o tema da saúde. Foi o segundo mais discutido, impulsionado pelo encerramento das urgências dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, a falta de profissionais de saúde e o regresso das Parcerias Público-Privadas.
Os debates não mobilizaram tantas pessoas como nas últimas eleições, tendo sido o terceiro tema mais comentado. O estudo revela ainda que os principais picos de conversa neste tema surgiram durante os debates entre Pedro Nuno Santos e André Ventura, entre o líder do PS e Luís Montenegro e durante o debate televisivo com os oito partidos com assento parlamentar.
Numa eleição marcada pela polémica com a Spinumviva, a empresa familiar do primeiro-ministro, o tema da corrupção e ética não cativou os portugueses, surgindo em 11.º lugar na lista de temas mais falados nas redes sociais, quando na eleição passada tinha estado em 4.º lugar.
Comparativamente a 2024, a Justiça, a Defesa Nacional e a Migração assumiram um peso significativamente maior nas redes sociais, mas o tema da habitação caiu, ocupando apenas o 9.º lugar entre os temas que têm gerado maior volume de conversação online.
A consultora LLYC também analisou as interações entre partidos políticos e os utilizadores das redes sociais. A direita mostra uma maior presença e alcance, com uma média de interações a chegar às 1200 face às 403 da esquerda. A maioria destas interações são com o partido Chega. O estudo foi realizado entre os dias 14 de março e 9 de maio de 2025.