Está a decorrer em Lisboa o encontro anual da Associação Europeia de Economia. Vítor Escária, vice-chair do congresso, garante que é de encontros assim que saem novas políticas económicas.
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A ciência económica está a lidar com o resultado da grande recessão que veio desafiar os economistas a perceber o que correu mal. É em congressos como o encontro anual da Associação Europeia de Economia que economistas de todo o mundo debatem e apresentam novos conhecimentos que podem vir a influenciar os governos e as decisões políticas.
"A própria política vai evoluindo em função do conhecimento que temos da realidade, e esse conhecimento é resultado de trabalhos como estes que são aqui apresentados", referiu Vítor Escária, vice-chair do congresso.
O economista explicou que há diferentes decisões no seio das instituições internacionais que são "fruto do trabalho que é feito nas universidades".
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No caso da crise financeira, "os bancos centrais dos vários territórios tiveram de tomar medidas não convencionais e o que temos ainda é a ciência a tentar demonstrar as consequências e como é que devem ser desenhadas esse tipo de políticas", sublinhou Vítor Escária, admitindo que "não estávamos preparados para elas".
No caso de Portugal, Vítor Escária afirma que "mudou a agulha no ponto de vista de avaliação do país", uma vez que já se começa a desenvolver uma "confiança acrescida" nos mercados devido ao desempenho orçamental e à recuperação gradual.
Ainda assim, "há um endividamento excessivo, público e privado, dos bancos e isso mostra que há caminho para fazer e há trabalho para fazer do ponto de vista de produção de efeitos na economia", assegurou.
O encontro anual da Associação Europeia de Economia decorre em Lisboa de 21 a 25 de agosto no ISCTE e na aula magna da Universidade de Lisboa, reunindo mais de 1500 economistas de todo o mundo.