No Fórum da TSF, Óscar Afonso, um dos coordenadores do estudo que concluiu que a economia paralela em Portugal valia 24,8% do PIB em 2010, destacou o desequilíbrio nas contas públicas causado por esta situação.
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Foram mais de 40 mil milhões de euros que não passaram pelo fisco e que representaram um crescimento de mil milhões de euros em relação a 2009.
A conclusão consta de um estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto que mostra que em Portugal a dimensão da economia paralela é superior à da média da OCDE, que é inferior a 20 por cento.
No Fórum da TSF, Óscar Afonso, um dos coordenadores do estudo, destacou o desequilíbrio nas contas públicas causado pela economia paralela.
«Se, por exemplo, a economia não registada fosse nula, mesmo admitindo que não havia mais cobrança de impostos, o peso do défice no nosso PIB não tinha sido de 8,6 por cento mas de 6,9 por cento», afirmou.
O professor da Faculdade de Economia do Porto apontou ainda alguns caminhos para tentar resolver o problema da economia paralela.
«A possibilidade de ser devolvida uma parte do IVA que nós pagamos ou uma maior fiscalização através de uma entidade que possa estar junto dos postos de venda», defendeu.
Por seu turno, o professor António Carlos Santos, antigo secretário dos Assuntos Fiscais e especialista em Direito Fiscal, responsabilizou o Estado pelo crescimento da economia paralela.
«O Estado tem de ter sempre em consideração estes dois vetores, ou seja, deve atacar a economia paralela, mas também deve ter em linha de conta que a subida elevadíssima do IVA é preocupante», sublinhou.
[Texto escrito conforme o novo acordo ortográfico]