A EDP ameaça fechar a Central Termoelétrica de Sines antes do prazo previsto. António Mexia diz que não quer pagar duas vezes o mesmo imposto de carbono.
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O encerramento da Central a carvão de Sines está nos planos da EDP para 2025, mas isso pode ser antecipado se o Governo insistir com uma medida prevista no Orçamento de Estado para 2018 que elimina as isenções do Imposto sobre produtos Petrolíferos (ISP) na produção de eletricidade a partir do carvão. O presidente executivo da EDP, António Mexia, nunca simpatizou com esta ideia porque, diz, já paga licenças de carbono e nao quer pagar duas vezes o mesmo imposto.
Em conferência de imprensa de apresentação de resultados, António Mexia afirmou que "foram introduzidas medidas que penalizam as centrais a carvão que eventualmente vão levar ao encerramento antes do previsto da Central de Sines".
As medidas de que fala Mexia têm a ver com o pagamento de 10% do ISP, este ano, para produtos como o carvão e o coque usados na produção de eletricidade, calor ou gás de cidade. Essa taxa será agravada todos os anos até chegar aos 100% em 2022.
Apesar da ameaça de encerramento antecipado, António Mexia não quis adiantar uma data mas foi dizendo que esta medida terá consequências. "Obviamente um impacto na economia da região e no emprego, provavelmente um aumento no preço grossista da eletricidade porque Sines será substituída por centrais mais caras e menos eficientes (com mais importações de Espanha de centrais a carvão) e colocará um desafio à segurança no abastecimento a sul de Portugal, essa é uma questão de equilíbrio da rede que têm que ser ponderada", defende.
O presidente da EDP apresenta a Central de Sines como uma das termoelétricas mais eficientes da Europa. Mas, para António Mexia a EDP não pode sustentar o Governo porque já é uma parcela importante dos cofres do Estado. Só em IRC a EDP é responsável por 9,3% da receita fiscal.