O antigo ministro das Finanças, membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, diz ser irrelevante a nacionalidade do capital, desde que a empresa não perca a base portuguesa.
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"Se a estrutura acionista é de nacionalidade A, B ou C, devo dizer que a tendência será sempre ter uma nacionalidade mista, o que não quer dizer que não tenha um acionista principal", afirma Eduardo Catroga, sublinhando que "os chineses hoje só têm 23% da EDP".
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Membro do Conselho Geral e de Supervisão há 12 anos, órgão no qual se mantém por convite da China Three Gorges, Eduardo Catroga faz estas declarações em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, numa altura em que decorre a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada há 6 meses pelo grupo chinês sobre a totalidade do capital da elétrica. A proposta aguarda ainda a decisão dos reguladores europeus e norte-americanos.
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Para Eduardo Catroga, é irrelevante a que país pertence o capital da EDP, mas com condições: "Manter a sua unidade de atuação em todas as fases da cadeia de valor; continuar a apostar nas renováveis, continuar a apostar nos seus mercados tradicionais - Portugal, Espanha e Brasil; continuar a crescer internacionalmente".
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Cativações em vez de reformas
Na entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, Eduardo Catroga criticou também a ausência de reformas do Governo, acabando por compreender a atuação de Mário Centeno. As cativações, afirma, "são o menor dos males", porque "é importante reduzir o risco-país".
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"O ministro das Finanças viu-se obrigado a usar o instrumento das cativações na impossibilidade de fazer uma reforma estrutural das funções do Estado, que está ligado à reforma estrutural da despesa pública", critica Eduardo Catroga. O antigo ministro de Cavaco Silva defende que o Partido Socialista não consegue fazer reformas por causa dos partidos da esquerda.