A empresa energética anunciou esta terça-feira que vai usar o estímulo do Governo ao sobreequipamento.
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Fonte da Mesa (Lamego), Testos (Viseu), Cabeço da Rainha (Castelo Branco) e Serra d´el Rei (Leiria) são os 4 parques eólicos da EDP que vão ser reforçados com mais equipamento de modo a produzirem mais energia eólica.
Estes quatro centros produtores de eletricidade do vento têm uma capacidade instalada de 72 megawatts (MW) e com mais 14 MW passam a ter uma capacidade instalada de 86 MW.
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António Mexia adianta que a EDP colocou "todos os pedidos que tínhamos para fazer (que são 4 pedidos) que estão neste momento todos colocados e esperamos acabar este ano".
Para o presidente da EDP, "o sobreequipamento é uma questão racional para o sistema. É muito importante que se aproveitem as infraestruturas que estão colocadas o que diminui o impacto da criação de novos parques. É uma coisa inteligente para ser feita", justifica.
Os apoios ao sobreequipamento foram lançados pelo secretário de estado da Energia, João Galamba, através de uma portaria publicada no início deste ano (2019) em Diário da República.
O texto legal introduz "a possibilidade do promotor optar, expressamente, pela aplicação de uma tarifa de 45 euros por MWh, não atualizável, garantida por 15 anos, que assegurando a ausência de impactes negativos para o Sistema Elétrico Nacional (SEN), habilita, sem prévio parecer da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE)", a seja emitida a licença de forma quase automática.
Entretanto, o presidente da EDP Renováveis, Manso Neto, revelou que estes incentivos ao sobreequipamento podem chegar aos parques híbridos de eólico e solar.
"A possibilidade de, não só sobreequipar vento com vento mas sobreequipar vento com solar; isso permite, no momento em que há restrições de rede, uma expansão do solar aproveitando uma capacidade de injeção na rede que não está explorada. Sei que é uma coisa que está a ser pensada ao nível do Governo e que terá o nosso apoio desde que as condições estejam definidas terá um impacto muitíssimo interessante, rápido e com efeitos imediatos e nós estaremos na linha da frente", anunciou Manso Neto.
Estas revelações foram feitas em Londres, onde a EDP anunciou o Plano Estratégico 2019-2022.
Fridão
A ideia de António Mexia é "redimensionar a companhia com o reequilíbrio dos ativos".
Ou seja, "fazendo de novo um caminho que mostra que nos concentramos naquilo que sabemos fazer que é desenvolver projetos nas áreas das renováveis, água, vento e sol", adianta António Mexia.
Mas já se sabe que alguns dos ativos na produção hidroelétrica na Península Ibérica são para vender, no entanto questionado sobre o futuro do empreendimento de Fridão, uma barragem que ainda está à espera do aval do Governo, António Mexia diz que este não é um projeto que está "neste momento" à venda.
Mexia coloca mesmo a possibilidade de "eventualmente reequacionar este projeto do ponto de vista de dimensão poderia fazer sentido. Estamos a ver em que medida Fridão, e esse trabalho tem que ser feito com o concedente (com o Estado e com as autarquias) sobre quando é que este projeto deve avançar e como é que ele deve avançar".
OPA
Já quanto à Oferta Publica de Aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges (CTG) à EDP; António Mexia afirma que "se estão a fazer os passos necessários, obrigatórios, face aquilo que foram as condições propostas na oferta".
Agora, "este trabalho administrativo é, talvez, mais complexo e mais longo do que algumas das partes pensavam. Mas de resto está a ser feito. Temos prova de que está a ser feito", concluiu.
(A TSF viajou a Londres a convite da EDP)