Empresa tinha previsto um lucro de 800 milhões.
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A EDP reviu esta quinta-feira para entre 500 e 600 milhões de euros a expectativa de resultado líquido do grupo em 2018, abaixo dos 800 milhões de euros antes estimados, na sequência de "medidas adversas" tomadas pelo Estado português.
Em comunicado ao mercado, a EDP adianta que o recebimento de uma notificação, que determina o pagamento de 285 milhões de euros por alegada sobrecompensação pela disponibilidade das centrais, altera "a expectativa de resultado líquido consolidado do Grupo EDP em 2018", mas mantém a política de dividendos aos acionistas.
"Esta alteração, integralmente explicada por efeitos não recorrentes, não terá qualquer impacto na política de dividendos da EDP", adianta a elétrica liderada por António Mexia em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Ainda segundo a empresa, "esta expectativa de resultado líquido traduz, pela primeira vez, desde o início da reprivatização da EDP, um prejuízo na sua atividade em Portugal".
Os acionistas da EDP decidiram esta quinta-feira contestar nos tribunais internacionais o pagamento de 285 milhões de euros por alegada sobrecompensação no cálculo da disponibilidade das centrais que operavam em regime CMEC (custos de manutenção do equilíbrio contratual).
"O Conselho Geral de Supervisão da EDP, do qual fazem parte os acionistas de referência da empresa, pronunciou-se esta quinta-feira, por unanimidade, no sentido de que a adequada defesa dos interesses dos acionistas justifica o recurso à arbitragem internacional ao abrigo dos tratados de proteção do investimento estrangeiro em vigor", lê-se no comunicado.
Em causa está o despacho do secretário de Estado da Energia de 29 de agosto que quantifica em 285 milhões de euros a alegada sobrecompensação da EDP quanto ao cálculo do coeficiente de disponibilidade verificado nas centrais que operavam em regime de CMEC, explica a empresa liderada por António Mexia.