Eficiência fiscal tem de resultar em maior justiça nos impostos, diz Paulo Morais
O presidente da Associação Cívica Transparência e Integridade fala num sistema de impostos português «profundamente injusto» e frisa que o aumento de receitas fiscais tem sido sempre feito «pela via dos sacrifícios dos mais vulneráveis».
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O presidente da Associação Cívica Transparência e Integridade defendeu que ao aumento da eficiência fiscal tem de corresponder uma maior justiça na cobrança de impostos.
«Temos visto um aumento de receitas a nível dos impostos mas sempre pela via dos sacrifícios dos mais vulneráveis do ponto de vista da sua categoria contributiva», explicou Paulo Morais.
Reagindo aos números do Governo que diz que o combate à evasão fiscal vale 750 milhões de euros, este economista não teve dúvidas em afirmar que o «sistema de impostos português é profundamente injusto».
Paulo Morais assinalou que essas injustiças se verificam, por exemplo, na tributação do património, uma vez que um «fundo de investimento imobiliário que tenha mil propriedades paga menos IMI do que uma família que tenha um T2 ou um T3».
«Os fundos de investimento imobiliário são isentos de IMI ao longo dos últimos anos», notou Paulo Morais, que lembrou que uma estadia num hotel de cinco estrelas para seis por cento de IVA e um almoço num restaurante económico paga 23 por cento.