A Comissão Europeia está a preparar uma 2ª ronda de ajuda a Portugal, prevendo a dificuldade de Lisboa regressar com sucesso aos mercados em meados de 2014, informou o El País.
Corpo do artigo
Na notícia do jornal espanhol El Pais duas fontes da União Europeia garantem que estão em curso conversações com o Governo português para que esteja disponível a tempo «uma linha de crédito de precaução» do fundo de resgate europeu (Mecanismo Europeu de Estabilidade - MEDE).
A mesma possibilidade poderá ser explorada com a Irlanda, segundo o diário.
Essa linha de crédito, explica o El País, será um «resgate suave» com o objetivo de evitar que a saída do programa, em maio de 2014, «seja um calvário» para Portugal.
Para o jornal espanhol, esta segunda ajuda a Portugal pode ter duas leituras, uma positiva e outra realista. Se pode ser um sinal de que «Bruxelas não vai deixar cair Lisboa, que fez tudo o que a 'troika' pediu e mais ainda», e que a Comissão Europeia vai ajudar o Governo português a tentar acalmar as preocupações dos parceiros europeus e dos mercados, também pode indicar que o «programa português não funciona e que é necessário dar um novo impulso a Portugal».
Quanto às possibilidades das linhas de crédito que poderão ser concedidas a Portugal, o El País indica que o «MEDE poderá dar um novo empréstimo a Lisboa, optar por comprar dívida no mercado primário (a solução mais provável) ou no secundário».
«Em todos os casos haverá condições associadas, apesar de menos exigentes, com exames menos completos e mais espaçados no tempo», escreve o jornal ao salientar que essa linha de precaução permitirá sobretudo ativar o programa de compra de dívida que o Banco Central Europeu acordou em setembro, mas que ainda está dependente do veredicto do Tribunal Constitucional alemão.
Segundo o El País, esta fórmula de «resgate suave» será decidida nos próximos meses.
Hoje, o Eurogrupo vai debater a situação de Portugal, da Grécia e Espanha.
Fontes financeiras citadas pelo El País salientam que o Fundo Monetário Internacional procurará «algum tipo de reestruturação" da dívida portuguesa, tal como na Grécia, situação a que "União Europeia se irá opor radicalmente».