
José Sena Goulão/Lusa
Na entrevista TSF/JN, Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, considera que Luís Montenegro "é o primeiro responsável pelo ataque ao mundo do trabalho" e que, apesar da pressão, a UGT "está firme" face à greve geral
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A CGTP desvaloriza a entrada do primeiro-ministro no processo negocial com a UGT, com reunião marcada para a próxima quarta-feira, dia 26 de novembro, no Palacete de São Bento, em Lisboa. Para Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, é "irrelevante" que a negociação envolva agora o primeiro-ministro a convite da UGT.
"Este pacote laboral, quando foi apresentado, não foi apresentado sem conhecimento daquilo que é o seu conteúdo por parte do primeiro-ministro. Portanto, trazer agora ou não o primeiro-ministro à discussão, do ponto de vista da CGTP, é uma coisa irrelevante no processo," afirma o líder da CGTP na Entrevista TSF/JN que vai ser publicada no próximo domingo.
Tiago Oliveira considera que Luís Montenegro é o primeiro responsável por "um ataque ao mundo do trabalho", materializado no anteprojeto para alterar as leis laborais.
"O primeiro-ministro é profundo conhecedor do conteúdo do mesmo, é profundo conhecedor daquilo que é o ataque que está em causa e que está a ser fabricado para o mundo do trabalho. É o primeiro responsável por aquilo que está a ser o processo de condução deste projeto, desta discussão toda até agora, e como principal responsável terá de assumir as consequências de todo este processo de luta", avisa.
Questionado sobre se tem garantias de que a UGT não vai ceder perante a pressão do Governo, Tiago Oliveira manifesta a convicção de que a central liderada por Mário Mourão "está firme" na convergência para a greve geral marcada para dia 11 de dezembro. "Nas informações que temos, a UGT está firme naquilo que é o posicionamento relativamente à rejeição do pacote laboral, mas isso será sempre uma questão e um posicionamento que será a UGT a definir naquilo que é o seu percurso, naquilo que é a sua responsabilidade," responde Tiago Oliveira.