Empresa Municipal de Castro Marim encerra. Onze funcionários ficam no desemprego
Um relatório desfavorável do Tribunal de Contas que detetou "irregularidades processuais e administrativas" levou a Assembleia Municipal a dissolver a empresa. A adminsitração considera que havia soluções alternativas.
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Hoje é o último dia que a empresa Municipal NovBaesuris, que presta serviços em Castro Marim. A partir desta terça-feira 11 funcionários ficam no desemprego e encerram também equipamentos públicos que estão sob gestão desta entidade.
São sobretudo equipamentos culturais como o Castelo de Castro Marim, a Casa do Sal e a Casa de Odeleite.
A empresa Municipal, criada em 2009, prestava serviços na área da educação, ação social, saúde, desporto e cultura e organizava por exemplo os Dias Medievais de Castro Marim.
Mas perante o relatório do Tribunal de Contas que detetou "irregularidades processuais e administrativas", a Assembleia Municipal decidiu o encerramento da empresa.
Célia Brito, vereadora do PS e administradora da Novbaesuris considera que havia outras alternativas. "Apresentámos várias soluções, nomeadamente a alteração dos estatutos, mas a única coisa que sempre esteve em cima da mesa foi a dissolução da empresa", lamenta.
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Por trás deste encerramento há fricções politicas, já que a empresa é gerida pelo PS e o executivo da autarquia é de maioria PSD.
Dos 49 funcionários, 38 são integrados na câmara Municipal mas 11, que estavam com contrato a termo certo ou ainda não tinham completado um ano de casa, são despedidos. "A nossa postura foi sempre a de cuidar dos nosso funcionários mas, infelizmente, temos 11 funcionários que correm o risco de desemprego", diz Célia Brito.
A única hipótese é a câmara municipal abrir concursos e isso ainda não está previsto tão cedo.
A vereadora garante que a empresa nunca deu prejuízos e este ano até gerou um lucro de 60 mil euros. Entretanto, os equipamentos públicos por ela geridos, segundo a câmara municipal "vão ficar encerrados por tempo indeterminado".
A vice-presidente da autarquia, por seu lado, explica que vão abrir concurso para essas 11 pessoas, concursos que deverão desenrolar-se dentro de 3 ou 4 meses, mas acusa a oposição na autarquia, que gere a Novbaesuris, de não assegurar esses postos de trabalho no período intermédio de tempo.
"Parece um foco muito concentrado contra o presidente e a vice-presidente, esquecendo que existem outras vidas, muitas famílias à volta e um serviço público a garantir", critica.