Empresários pedem tempo para adaptação à nova lei de transporte de mercadorias
É um apelo feito ao Governo por parte nove associações empresariais de vários setores. Em causa, as novas regras para o transporte de mercadorias que entram em vigor na próxima segunda-feira.
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As associações empresariais pedem ao Governo um período de adaptação, sem multas mas com pedagogia das autoridades.
As novas regras obrigam a uma comunicação prévia às Finanças do que vai ser transportado nas carrinhas ou camiões. Quem representa as empresas garante que muitas não estão preparadas para as novas regras.
O governo já adiou a nova lei por dois meses, mas os empresários dizem que não é suficiente. Muitas empresas ainda não conseguiram o software para avançar com o processo. Algumas associações alertam que podem acabar por faltar produtos nas lojas e supermercados.
Para contestar a lei e pedir um período de adaptação de pelo menos seis meses, noce associações, de vários setores (supermercados, panificação e pastelarias, imprensa ou restaurantes), fazem hoje uma conferência de imprensa, em Lisboa.
Um dos setores mais afetados pelas novas regras de transporte de mercadorias é a agricultura. Depois de muitas queixas, o Governo criou um regime especial que agrada a quem trabalha no campo.
O presidente da Federação Nacional das Cooperativas de Leite e Lacticínios (Fenalac), que tem falado com o ministério em nome da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal (Confagri), explica que o problema é que as Finanças ainda não disseram que informações é preciso enviar para a Autoridade Tributária.
Fernando Cardoso admite que, na prática, também os agricultores não vão conseguir cumprir a lei na próxima segunda-feira.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos também defende que o novo sistema de comunicação do transporte de mercadorias arranque de forma experimental.
O presidente Paulo Ralha explica que até ao início da semana o próprio sistema informático das Finanças tinha problemas de confidencialidade dos dados.