Após se saber que a balança de pagamentos luso-espanhola foi pela primeira vez favorável a Portugal, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhóis explicou que esta situação se deveu, em particular, ao esforço dos industriais do Norte.
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O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhóis que o facto de a balança de pagamentos com Espanha tenha tido pela primeira vez um saldo positivo reflecte um «esforço» das empresas portuguesas em vender mais a Espanha.
Em declarações à TSF, Enrique Santos adiantou que este «esforço» está a ser feito maioritariamente «por fabricantes do Norte do sector do têxtil e do calçado», com uma «concentração de vendedores em Espanha que deslocalizaram de Portugal onde a crise se está a fazer sentir».
«Ao mesmo tempo, também penso que as grandes superfícies em Espanha, quando fizeram as encomendas no princípio do ano importaram menos quantidade e chegaram a Outubro/Novembro e viram que era necessário importar quantidades adicionais e o país mais rápido para comprar é Portugal», explicou.
Enrique Santos explicou que os números de Outubro, que revelam que Portugal exportou 1,9 mil milhões de euros para Espanha, são mais do dobro do habitual, um valor que será difícil de manter.
«Portugal exporta normalmente por mês para Espanha à volta de 700 milhões de euros e, de repente, mais que duplicou o que normalmente vende para Espanha. Foi uma quantia superior ao que Espanha vende a Portugal. Tradicionalmente, Espanha exporta o dobro do que Portugal exporta para aquele país», explicou.
Este responsável acredita que será difícil repetir esta situação dado que «se tratam de produtos de grande consumo e que se consomem no fim do ano» como «confecção, roupa para bebé e bicicletas».