Entidade dos combustíveis vai fiscalizar quantidades vendidas a partir de março

Reuters/Arquivo
A Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis vai começar em março a fiscalizar a quantidade de combustível vendido nos postos de abastecimento. A Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis não entende o porquê da medida, lembrando que já há fiscalização e feita pelo governo.
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O presidente da Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis (ENMC), Paulo Carmona, que está a ser ouvido na Comissão de Economia na Assembleia da República a pedido do PCP, diz que ele próprio, enquanto consumidor, muitas vezes se sente enganado ainda de que forma empírica e para acabar com esse sentimento, a ENMC vai assumir essa verificação a partir de março.
«Eu próprio empiricamente sinto às vezes que estes tipos estão a aldrabar-me, que o meu carro não leva 70 litros no depósito, o que pode ser erro meu», declarou.
«Em 2015 vamos fazer pela primeira vez em Portugal uma inspeção das quantidades vendidas», declarou Paulo Carmona. «É necessário assegurar ao consumidor que o Estado se preocupa não só com a qualidade dos combustíveis, mas também com a quantidade vendida», acrescentou.
No parlamento, Paulo Carmona explicou que «Portugal nunca fez um controlo da qualidade do combustível vendido», que «é uma prática comum em outros países».
Na reação a este anúncio, João Durão, presidente da associação nacional dos revendedores de combustíveis, não entende o porquê da medida lembrando que já há fiscalização e feita pelo governo.
Paulo Carmona deu ainda conta de uma fiscalização que começou em setembro do ano passado, uma inspeção à qualidade de combustíveis vendidos.
O presidente da ENMC diz que das 148 inspeções foi encontrada uma irregularidade. Sem dizer quem e onde, Paulo Carmona disse aos deputados que essa irregularidade já foi transmitida ao Ministério Público.
A ENMC é também responsável pela definição dos preços de referência, divulgados diariamente, sem incluir o transporte em território nacional nem a margem bruta de comercialização para não perturbar o objetivo da medida do Governo que é dar informação aos consumidores.