"Entidades governamentais em banho-maria." Empresas metalúrgicas e eletromecânicas pedem "estabilidade" após eleições
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas confessa estar preocupado. O setor conta com "23 mil empresas e 250 mil trabalhadores"
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Com o país em pré-campanha, Paulo Barradas, presidente da Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas, pede que os interesses políticos não se sobreponham aos interesses do país e espera uma solução de estabilidade governativa nas eleições de dia 18 de maio.
Em declarações à TSF, Paulo Barradas afirma que, com as eleições legislativas antecipadas, as entidades governamentais e os assuntos que se tentam resolver ficam numa "espécie de banho-maria" e "é um desalento entender que passará tempo sem se ter uma decisão necessária".
O presidente da associação confessa também estar "triste e preocupado" com a decisão da Administração Trump de aumentar as tarifas de importação que afetam "23 mil empresas de um setor enorme com 250 mil trabalhadores", mesmo que os Estados Unidos não sejam o principal mercado.
"A médio prazo não sabemos qual será o impacto, como a União Europeia irá reagir. Há empresas que estão a conseguir exportar bastante para a África e para o mercado asiático."
Sem sentir, neste momento, impactos diretos na atividade das empresas, mas com o sentimento de receios de resfriamento por parte dos investidores, Paulo Barradas declara que "não há nenhum investidor, acionista, administrador ou CEO que esteja contente com o ruído à volta da sua operação".
"As empresas disseram que cá estamos, para acomodar o salário mínimo com um aumento maior do que o crescimento económico, para fazer uma negociação da contratação coletiva mais abrangente e que trate as pessoas de forma mais justa e quantitativa, na descarbonização, na aceleração quando é pedido às empresas todos os cumprimentos do PRR. Isto tudo com as dificuldades que todos conhecemos."
O setor metalúrgico e eletromecânico representa mais de 30% das exportações portuguesas.
