Antes da apresentação das contas da instituição, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, adiantou que está à espera de uma decisão política para avançar com o negócio.
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Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, revelou, esta sexta-feira, que a entrada da instituição no capital do banco Montepio está suspensa, aguardando uma decisão política.
Antes mesmo das perguntas e da apresentação das contas de 2017, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, quis falar sobre a entrada da instituição no capital do banco Montepio Geral.
O provedor revela que, do lado da Santa Casa, o processo está suspenso, à espera de uma decisão política. Uma decisão que decorre da aprovação "no parlamento de uma recomendação ao Governo, aprovada por unanimidade (o que não é muito frequente), no sentido de vir a ser regulado o quadro de investimentos financeiro da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa", justifica.
Edmundo Martinho explica que a regulação do Governo vai "sentido da definição daquilo que pode ser a composição da carteira de ativos financeiros" da Misericórdia de Lisboa.
"Isto significa que, do nosso ponto de vista, estão reunidas as condições para que possamos tranquilamente aguardar por essa definição, se for esse o entendimento do Governo, e nessa altura, definir de modo mais aprofundado aquilo que serão os caminhos do investimento financeiro da Santa Casa", adianta o Provedor.
Apesar deste contratempo político, Edmundo Martinho confessa que a Santa Casa não desiste do Montepio e vai estar presente no sindicato de 80 misericórdias que vão entrar nos 2% do capital do banco.
"Em conjunto com dezenas de outras instituições, não deixaremos de marcar uma posição, ainda que simbólica, relativamente àquilo que tem sido afirmado desde a primeira hora, que é o modo como entendemos que é relevante para a sociedade portuguesa dispor de uma entidade financeira detida por entidades da economia social e ao serviço da economia social e das pequenas e médias empresas" sublinha Edmundo Martinho.
Questionado pelos jornalistas se este compasso de espera na entrada do Montepio era negativo, o provedor revela que a iniciativa parlamentar é positiva e não coloca em causa a independência administrativa da Santa Casa, por isso "temos todas as condições para continuar" à frente da instituição.
O provedor considera a eventual intervenção do Governo na regulação da Santa Casa como uma ideia "muito positiva", que "traduz segurança", e dá muita "confiança à política financeira". A Santa Casa "só ganha se tiver um quadro regulado ou, pelo menos, um quadro orientador para aquilo que é a sua política de investimentos de matéria financeira"", afirmou.
A Santa Casa, numa primeira fase, avançou que queria colocar 200 milhões de euros no Montepio Geral, o que representava 20% da entidade bancária; depois a intenção da Misericórdia de Lisboa passou para 1%, ou seja 20 milhões.
A Santa Casa da Misericórdia terminou o ano de 2017 com lucros de 42 milhões de euros. As receitas aumentaram 10%, incluindo uma subida de 20 milhões de euros nas receitas dos jogos sociais.