Espanha deverá formalizar «nos próximos dias» o pedido formal de resgate da banca espanhol, anunciou à entrada da reunião do eurogrupo o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos.
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O governante, que falava no Luxemburgo à entrada para uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), disse que tal se trata somente de uma «mera formalidade».
O Eurogrupo discute hoje os contornos precisos do plano de ajuda à recapitalização da banca espanhola, esperando-se que Madrid formalize o pedido de assistência na reunião no Luxemburgo.
Cerca de duas semanas depois de a Espanha ter anunciado aos seus parceiros do euro, numa teleconferência (a 09 de junho), a intenção de pedir assistência financeira para o setor bancário, o Eurogrupo, que desde logo deu o seu aval, disponibilizando uma ajuda até 100 mil milhões de euros, aguarda agora pelo pedido formal para definir os moldes precisos da «linha de crédito» e condicionalidades impostas a Madrid, que, já se sabe, se limitarão ao setor bancário.
A Espanha só tenciona apresentar o pedido depois de conhecidas as conclusões dos relatórios de consultoras independentes contratadas pelo governo para analisar as necessidades de capital da banca espanhola, o que deverá acontecer hoje, no preciso dia em que o Eurogrupo se reúne no Luxemburgo, abrindo assim caminho à formalização do pedido. Diversos líderes europeus já defenderam ser conveniente dar entrada o quanto antes, preferencialmente esta semana, com vista a evitar o efeito de contágio que tem estado tão presente na atual crise da dívida soberana na zona euro.
A reunião ocorre também numa altura em que surgiram notícias - entretanto negadas tanto em Bruxelas como em Madrid - no sentido de que estaria a ser preparado pela Europa um «mega-resgate» na ordem dos 750 mil milhões de euros para compra da dívida espanhola e italiana, uma intervenção que teria sido acordada numa reunião do G20 na terça-feira, em Los Cabos, México.
Além de Espanha, a reunião de hoje do Eurogrupo será também dominada, inevitavelmente, pela situação na Grécia, aguardando-se a entrada em funções do novo governo liderado por Andoni Samaras (que hoje já prestou juramento) para serem discutidas eventuais alterações aos termos do segundo programa de assistência financeira, estando ainda em aberto a possibilidade de o novo ministro das Finanças do governo de coligação marcar já presença no Luxemburgo.