O Governo espanhol apresentou um documento orçamental onde prevê poupanças de 102 mil milhões de euros até 2014, através de aumentos dos impostos e cortes na despesa.
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O documento, citado pelas agências internacionais, foi hoje aprovado em conselho de ministros pelo Governo de Mariano Rajoy. O plano irá posteriormente ser remetido à Comissão Europeia.
As medidas apresentadas reforçam o anterior pacote de austeridade apresentado em julho, que já incluía poupanças de 65 mil milhões de euros.
O plano inclui propostas de aumentos do IVA e reduções nos gastos na educação e na saúde.
Na trajetória orçamental agora definida pelo Governo de Rajoy, o défice público espanhol baixará de 8,9 por cento do PIB em 2011 para 6,3 por cento este ano, e depois para 4,5 por cento em 2013 e 2,8 por cento em 2014.
Segundo previsões do Fundo Monetário Internacional, a economia espanhola vai encolher 1,7 por cento este ano, e 1,2 por cento no próximo. A taxa de desemprego em Espanha vai aproximar-se dos 25 por cento.
As taxas de juro pagas pela dívida espanhola no mercado secundário têm-se aproximado de níveis considerados insustentáveis. O Governo espanhol, que pediu uma ajuda de 100 mil milhões de euros para recapitalizar a sua banca, tem contudo rejeitado a possibilidade de pedir um resgate em termos semelhantes aos dos programas de assistência de Portugal, Grécia e Irlanda.
As medidas de austeridade anunciadas por Rajoy têm gerado bastante agitação social em Espanha. Algumas das medidas implicam cortes nos orçamentos das autonomias. Algumas regiões - a Andaluzia ou a Catalunha, por exemplo - têm-se queixado de ingerência do estado central nas suas finanças.