Após uma reunião com a troika, o PS não viu grandes alterações por parte das instituições internacionais. Já o PSD disse que a troika deverá acolher a ideia de se baixar a taxa de IRC para novos projetos de investimento.
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O PS entende que não há muita abertura nem flexibilidade da troika relativamente ao programa de ajustamento que está a ser aplicado a Portugal.
Após uma reunião entre os deputados do Grupo de Acompanhamento deste programa, o socialista Basílio Horta explicou que não viu qualquer mudança no que toca à possibilidade de «olhar para os efeitos e tentar evitá-los através de uma alteração nas medidas quer estão a ser tomadas».
A bloquista Ana Drago assinalou que a troika deu como exemplos de «despesa má» coisas como «gastos de segurança social ao nível das prestações sociais nomeadamente em direção aos reformados».
Como na opinião da troika, Portugal tem «maus indicadores entre o input e o output» da despesa pública, segundo Ana Drago, foi feita a sugestão por parte da troika de que «esses cortes poderão afetar a segurança social, nomeadamente o apoio aos idosos, bem como a educação».
O comunista Miguel Tiago explicou que a troika, confrontada com a necessidade de medidas de crescimento, disse apenas que por agora «se baixam os salários, corta-se no investimento público e nos serviços públicos» e só depois se avaliará o crescimento.
Opinião diferente tem o social-democrata Miguel Frasquilho que diz que a troika demonstrou uma «abertura grande na parte dedicada ao funcionamento da economia e ao apoio ao investimento, crescimento e criação de emprego».
Este deputado do PSD considerou por exemplo que a troika demonstrou abertura para acolher medidas do Governo como a «taxa de IRC poder ser reduzida para novos projetos de investimento».
Por seu lado, o democrata-cristão Adolfo Mesquita Nunes explicou que as «preocupações de redução estrutural do défice e da despesa e de não nos atermos apenas a uma redução nominal vão ser expressas ao contrário do que sucedeu nas últimas reuniões pelo CDS por escrito à troika».