Estabilização das contas reduz fortemente risco de mais austeridade, diz Monti
O governo do primeiro-ministro italiano cessante, Mário Monti, assegura que a estabilização das contas públicas e a descida das taxas de juro «reduzem fortemente o risco de mais medidas de austeridade no futuro», assinalou hoje um documento público.
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Mario Monti, ex-comissário europeu, anunciou a sua renúncia a 21 de dezembro, depois de o Parlamento italiano aprovar o Orçamento para 2013, mas já anunciou que aceita chefiar uma coligação de partidos do centro às eleições legislativas marcadas para final de fevereiro.
«Pode-se dizer que as perspetivas para o futuro foram melhoradas de forma significativa», refere o documento, intitulado "Análises de um Ano".
O executivo de Monti coloca como objetivo reduzir progressivamente a pressão tributária, começando pelas taxas mais baixas para dar um alívio às classes mais pobres.
Sobre a revisão da despesa pública, o documento salienta que «não se pode voltar passo atrás e, sobretudo, não é necessário ceder às vozes dos grupos do poder e de quem não quer renunciar aos próprios privilégios».
Entre os setores que necessitam de abrir-se ao mercado o documento refere, no capítulo dedicado às privatizações, os serviços públicos locais e que têm, muitas vezes, «défices que são pagos pelos cidadãos e pela própria administração».
Nesta parte da análise, pede-se para aumentar a concorrência dentro do mercado de distribuição de combustíveis, travada pelo parlamento, e propõe-se a separação entre os bancos e os correios, justificando que também nestes setores «são os cidadãos a pagar as consequências de uma falta de atuação das reformas».
Quanto ao setor de seguros, o documento explicou que se deve impedir que se «instaurem relações de exclusividade entre as companhias e os agentes e remover as barreiras à colaboração entre os intermediários que pertençam a diferentes redes».