A empresa foi concessionda em setembro à Atlanticeagle Shipbuilding. Sete meses depois, a empresa de Gaia continua sem pagar os equipamentos e a caução, no valor total de 600 mil euros.
Corpo do artigo
O concurso público para a venda dos Estaleiros Navais do Mondego foi lançado em maio do ano passado depois de a empresa ter sido declarada insolvente, com uma dívida acumulada de 9 milhões de euros.
Um mês depois, em junho de 2012, era criada em Vila Nova de Gaia, a Atlanticeagle Shipbuilding. A empresa foi a única a concorrer ao negócio apesar de não ter experiência no ramo da construção naval.
Sabe-se agora que, na altura, era controlada por uma empresa financeiramente falida. Ainda assim, o negócio avançou e em setembro passou a gerir os estaleiros com a promessa de ali investir 18 milhões de euros nos estaleiros, criar 300 postos de trabalho e garantir os que já existiam.
O contrato prevê ainda o pagamento de 500 mil euros pela compra dos equipamentos e outros 100 mil de caução. De acordo com o Jornal de Negócios, o Estado ainda não recebeu qualquer dinheiro.
A situação financeira da Atlanticeagle é de falência. O grupo que detinha a maioria do capital, a Flyfordgest, alienou grande parte da sua participação aos outros sócios, há cerca de dois meses.
Ao Jornal de Negócios, o responsável desta empresa admite que o negócio imobiliário que iria permitir a injeção de dinheiro nos estaleiros correu mal.
Os dois sócios que têm agora em mãos o futuro dos Estaleiros do Mondego não têm dinheiro para assumir os compromissos assinados com o Ministério da Economia.
O presidente da Administração dos Portos de Aveiro e da Figueira da Foz não esconde a preocupação. José Luis Cacho admite que conhecia mal a Atlanticeagle e dá conta de queixas sobre o processo.
O Negócios conta que foi entregue na Procuradoria-Geral da República uma queixa anónima, dando conta de desvio de dinheiro da Flyfordgest para um offshore na Nova Zelândia.